Presidenciais 2026

Gouveia e Melo vê entrada de drones na Polónia como provocação russa

“Estamos numa escalada que, se não for parada e não houver bom senso, é má para a Europa e para o mundo, mas estou em crer que foi uma provocação ou um teste e que não haverá escalada a partir daqui”, disse o candidato presidencial

Gouveia e Melo anunciou a sua candidatura à presidência da República em maio
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo classificou hoje a entrada de drones russos no espaço aéreo polaco como uma provocação da Rússia e um teste à Polónia e à NATO.

Nós estamos numa escalada que, se não for parada e se não houver bom senso, é má para a Europa, é má para o mundo, mas eu estou em crer que foi uma provocação ou um teste e que não haverá escalada a partir daqui, afirmou Gouveia e Melo à margem das Conversas com o Presidente, um ciclo de conversas com candidatos à Presidência da República promovido pela Fundação AEP, no Porto.

Questionado sobre se foi um teste à Polónia ou à NATO, Gouveia e Melo respondeu que foi aos dois.

Dizendo que aquela incursão de drones sobre a Polónia não é uma situação normal, tratando-se de uma violação do direito internacional, o candidato presidencial referiu que se a Rússia achar que haverá uma falta de vontade da Europa em utilizar os recursos que tem para se defender, poderá enganar-se redondamente.

A Europa é uma coligação de diversos países, não tem uma linha de comando e direção muito hierarquizada, mas as coligações têm uma força muito superior, muitas vezes, a países que têm uma estrutura muito hierarquizada, atirou.

Em sua opinião, a resiliência e vontade da Europa em agir não devem ser testadas.

E acrescentou: Porque não é só a vontade da Europa, é a vontade da Europa e dos Estados Unidos, mas só vontade da Europa também é uma vontade muito grande.

A Polónia denunciou hoje uma incursão de drones russos e solicitou formalmente uma consulta urgente aos aliados da NATO, invocando o Artigo 4º da Aliança Atlântica.

O artigo em causa prevê consultas entre as partes sempre que um dos membros da aliança de defesa considerar estar ameaçada a sua integridade territorial, a independência política ou a segurança.

Embora o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, tenha descrito a situação como mais próxima de um conflito aberto do que nunca desde a Segunda Guerra Mundial, ressalvou que não havia motivos para afirmar que o país estava em guerra.

Aviões polacos e neerlandeses da NATO foram ativados para enfrentar os drones.

Também foram ativadas baterias alemãs Patriot, sistemas de defesa antiaérea de conceção norte-americana presentes na Polónia, segundo um porta-voz da NATO.

Um avião italiano de vigilância aérea também entrou em ação, de acordo com a mesma fonte.

O Ministério da Defesa russo disse que não pretendia visar a Polónia com os seus drones, mas o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, afirmou que os aparelhos foram claramente direcionados para este fim.