Guerra na Ucrânia

Conferência sobre a Ucrânia: Portugal destaca as escolas como “lugares para construir paz”

Esta terça-feira continua a ser debatida a reconstrução da Ucrânia, tendo Portugal destacado o “absurdo da guerra” e o papel das escolas na construção de valores como a democracia, enquanto o primeiro-ministro ucraniano acusou a Rússia de genocídio

A Igreja da Ascensão, em Chernihiv, foi um dos locais culturais destruídos pela guerra
NurPhoto

O debate sobre os planos de reconstrução da Ucrânia foi retomado esta terça-feira na Suíça. A conversa arrancou com intervenções de representantes dos diferentes países e organizações internacionais.

Portugal, que está representado pelo ministro da Educação, frisou que o apoio dado à Ucrânia não representa apenas um ato de solidariedade, sendo antes “o reconhecimento do absurdo desta guerra, da crueldade dos ataques a serem perpetrados a alvos civis, indiferentes às convenções internacionais”.

“As escolas são os melhores lugares para construir paz, assegurar civilidade e democracia. A destruição de escolas são atos vis de poder contra crianças, contra os seus sonhos”, discursou João Costa. O governante reiterou que a intervenção de Portugal se vai focar primariamente na reconstrução de escolas na região de Zhytomir.

Parque Escolar participa na reconstrução

Segunda-feira, o ministro já indicara que mais de 60 escolas foram destruídas na região. Estão a ser mapeadas as instituições de ensino afetadas e a ser identificadas aquelas que Portugal poderá apoiar, com trabalho técnico a decorrer entre as autoridades ucranianas e a Parque Escolar.

“Se uma guerra é sempre injusta, este sentimento de falta de justiça é maior quando pensamos em crianças. Nenhuma criança deve ser forçada a acordar com o barulho de bombardeamentos, nenhuma criança deve ser forçada a sair da cama para fugir, nenhuma criança deve conhecer o medo de não saber se o seu pai vai estar vivo no final do dia”, lamentou o ministro da Educação.

A sessão contou com a intervenção do primeiro-ministro ucraniano, que acusou as forças russas de genocídio contra o povo do seu país. “A Rússia está a cometer crimes de guerra com todas as características de genocídio”, lançou Denys Shmyhal. Enumerando as diferentes infraestruturas destruídas, frisou que a luta não está a ser travada a sós.

Shmyhal destacou ainda o estatuto de candidato à União Europeia. “Estamos cientes da jornada que nos espera e estamos preparados para a fazer. Esta é uma jornada que nos vai tornar a todos mais fortes.”