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Eleições na Polónia: Donald Tusk (ex-presidente do Conselho Europeu) usa argumentos da direita radical sobre imigração

A menos de um mês das eleições de 15 de outubro, subornos nos consulados da Polónia (em troca de vistos a migrantes) minam popularidade do Governo conservador do PiS que está no poder há oito anos e ainda lidera as sondagens

Slawomir Mentzen intervém num comício da KWN (extrema-direita) para equiparar o ultraconservador Jaroslaw Kaczynski (na imagem de fundo) ao centrista Donald Tusk
Sean Gallup/Getty Images

Mariana Abreu, em Varsóvia

Quando Andrzej Szeptycki, professor de Ciência Política na Universidade de Varsóvia, decidiu ser candidato às eleições legislativas de 2023, fê-lo por dever: “Penso que chegou o momento em que tal envolvimento é profundamente necessário, porque a situação política na Polónia é bastante específica. Senti que tinha de me envolver.”

Mas não foi nas listas do Partido Lei e Justiça (PiS, direita, no poder desde 2015) nem da Coligação Cívica (KO, centro) que se alistou. Szeptycki é candidato pelo jovem partido Polónia 2050, parte da aliança Terceira Via (centro-direita, 7 a 11% das intenções de voto), cujo objetivo é propor uma alternativa às duas forças políticas que têm lutado pelo poder nas últimas décadas. “Nos últimos 20 anos a Polónia tem estado profundamente dividida entre dois blocos políticos antagónicos. Isso teve um efeito muito negativo na sociedade polaca”, contou Szeptycki ao Expresso.