O empresário Ruben Dário da Silva Villar, conhecido como "Colômbia", está preso desde dezembro do ano passado. Segundo a polícia brasileira, terá sido o mandante dos assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira, há um ano, na região do Vale do Javari, no estado brasileiro do Amazonas.
Entretanto, “Colômbia” tinha sido solto após pagar uma fiança de R$ 15 mil (cerca de três mil euros), em outubro, mas a prisão foi novamente decretada pela Justiça Federal, depois de ter se recusado a cumprir as condições impostas no momento da concessão de liberdade condicional. “Colômbia” também é investigado pelos crimes de pesca ilegal e tráfico de drogas.
A informação sobre o papel do empresário no crime foi confirmada pelo superintendente da Polícia Federal no estado do Amazonas, Alexandre Fontes, nesta segunda-feira, e revelado pelo jornal eletrónico brasileiro “G1”.
Além de "Colômbia", também o pescador ilegal Jânio Freitas de Souza foi indiciado pela participação nos assassinatos. “Colômbia” seria o responsável por financiar expedições de pesca ilegal na região amazónica, cujo produto era depois contrabandeado para o Peru e Colômbia.
A polícia brasileira acusa “Colômbia” de ser o líder de uma “organização criminosa transnacional” e de ser idealizador dos assassinatos. Bruno e Dom foram mortos a tiros quando voltavam de uma reportagem à remota região amazónica do Vale do Javari e, posteriormente, tiveram os seus corpos esquartejados e queimados.
Segundo a polícia brasileira, num ano houve mais de 400 chamadas telefónicas entre os acusados – inclusive no próprio dia em que ocorreram os assassinatos, antes e depois das execuções, o que pode sinalizar a existência de um crime premeditado.
Segundo o jornal eletrónico “G1”, citando as investigações policiais, "Colômbia" seria muito próximo de Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", pescador que está preso e que confessou ter participado nas mortes de Bruno Pereira e de Dom Phillips. O irmão de Amarildo, Oseney, e Jefferson da Silva Lima, o "Pelado da Dinha", também estão detidos, pela suspeita de terem participado no mesmo crime.
O Ministério Público Federal brasileiro já denunciou Amarildo, Oseney e Jefferson pelos assassinatos e, de acordo com o superintendente Alexandre Fontes, “Colômbia” deverá também ser indiciado pelos assassinatos a curto prazo.
Esta segunda-feira passa exatamente um ano sobre as mortes e está prevista a realização de uma série de eventos para assinalar a data e homenagear Bruno e Dom: desde a capital, Brasília, à praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, passando por Campinas, Salvador e pela cidade amazónica de Belém.
Também os integrantes da equipe de monitorização indígena que Bruno Pereira ajudou a criar para defender a região do Vale do Javari pretendem erguer uma imponente cruz de pau-brasil, a madeira simbólica do Brasil, no local onde os dois homens foram mortos. Estão ainda previstas homenagens em Londres.