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Projeto Bruno e Dom

Morte no rio do ouro: a investigação do Expresso e do consórcio Forbidden Stories na Amazónia em risco

No coração de Rondónia, um dos estados brasileiros onde a floresta amazónica sofre maior destruição, o sonho de riqueza rápida atrai milhares de homens e mulheres. Retiram faíscas de ouro do fundo do rio e devolvem mercúrio que contamina peixes e pessoas. É morte a prazo

Dois trabalhadores “batem os tapetes” para lavá-los e reaproveitar qualquer fragmento de ouro em pó

Texto: Christiana Martins e Fotografia de Bruno Kelly/Amazônia Real

Nota: há um ano, o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips foram assassinados na Amazónia. Na sequência destas mortes, um grupo de jornalistas internacionais reuniu-se para dar continuidade ao trabalho de divulgação das ameaças sobre a floresta e as propostas de soluções para um drama de destruição com consequências em todo o planeta. Coordenados pelo consórcio internacional Forbidden Stories, criado para dar sequência ao trabalho de jornalistas assassinados ou ameaçados, 50 repórteres de dez países e 16 instituições trabalharam durante um ano para concretizar o “Bruno and Dom Project”. O garimpo foi um dos pontos abordados no trabalho realizado por Bruno e Dom e é aqui desenvolvido e atualizado.

Na Amazónia, cabe um rio inteiro em dez gramas de ouro. É a quantidade mínima que diariamente cada uma das centenas de balsas que navegam no rio Madeira retiram do gigantesco curso de água castanha. Se forem grandes dragas, o saldo multiplica-se. A fortuna depende do investimento e da sorte. O garimpo fluvial amazónico polui e é ilegal, mas o crime acontece a céu aberto, à vista dos políticos e das autoridades brasileiras.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.