Internacional

"Implosão catastrófica": empresa proprietária do Titan confirma que os tripulantes estão mortos

Comunicado da Ocean Gate confirma a morte dos cinco tripulantes do Titan, que desapareceu dos radares quando fazia uma viagem para a observação dos destroços do Titanic. O desfecho terá decorrido de uma “implosão catastrófica”, segundo a Guarda Costeira dos Estados Unidos da América. O material de exploração marítima [robô ROV] continuará no local, para poder recolher mais informação, mas as autoridades garantem que se trata de um caso “incrivelmente complexo”

REUTERS

A empresa proprietária do submersível que desapareceu no Atlântico Norte emitiu esta quinta-feira um comunicado dizendo que os cinco tripulantes estão mortos. Na nota, a Ocean Gate afirma que o “nosso CEO Stockton Rush, Shahzada Dawood e o seu filho Suleman Dawood, Hamish Harding e Paul-Henri Nargeolet, infelizmente, foram perdidos”, acrescentando que “este é um momento extremamente triste para os funcionários dedicados [da empresa], que estão exaustos e a sofrer profundamente com a perda”.

De acordo com o contra-almirante John Mauger, comandante do Primeiro Distrito da Guarda Costeira, um veículo que foi operado remotamente descobriu o cone da cauda do submarino Titan a aproximadamente 490 metros da proa do Titanic. Foi determinado que os cinco detritos recolhidos são “consistentes com uma perda catastrófica da câmara de pressão”, revelou ainda John Mauger. Assim que estes dados foram apurados, a Guarda Costeira dos Estados Unidos informou as famílias, às quais apresentou as “mais sentidas condolências”.

O contra-almirante John Mauger disse ainda esperar que a descoberta forneça algum tipo de consolo às famílias da tripulação, apesar de os corpos não terem sido recuperados. Questionado sobre as perspetivas de encontrar os corpos dos tripulantes, o contra-almirante John Mauger respondeu apenas: “Trata-se de um ambiente incrivelmente implacável no leito marítimo.”

Os dispositivos de escuta instalados durante as buscas não registaram qualquer sinal de ocorrência de “implosão catastrófica”, que terá provocado a morte dos tripulantes. "O conjunto de destroços é consistente com uma implosão catastrófica da embarcação", reforçou John Mauger. É, porém, muito cedo para saber em que momento ocorreu a “implosão catastrófica”, já que, em todo o período em que as bóias de sonar se mantiveram na água, não foi detetado um evento dessa dimensão.

O material de exploração marítima [robô ROV] continuará no local, para poder recolher mais informação. Como se trata de um caso “incrivelmente complexo”, de acordo com o contra-almirante John Mauger, a equipa continuará a empreender esforços para reconstituir a linha do tempo. ”Os ROV estão a trabalhar num ambiente complexo, no fundo do mar, a mais de três quilómetros abaixo da superfície", explicou John Mauger.

As autoridades começarão a desmobilizar o pessoal médico e nove embarcações envolvidas na busca submersível do Titanic ao longo das próximas 24 horas. No entanto, as operações remotas continuarão no fundo do mar por tempo indeterminado. O contra-almirante John Mauger esclareceu que é “muito cedo” para dizer se será aberta qualquer investigação.

A empresa Ocean Gate agradeceu a todos os “inúmeros homens e mulheres de várias organizações da comunidade internacional que enviaram recursos de grande alcance e trabalharam arduamente nesta missão” de busca do Titan e tentativa de salvamento dos tripulantes. Também a Guarda Costeira dos EUA disse estar “agradecida pela rápida mobilização de especialistas na busca e salvamento submarino”.