Alexei Navalny, o mais proeminente dos opositores a Vladimir Putin, foi, nesta segunda-feira, considerado culpado de "fraude em larga escala". A decisão foi emitida pelo Tribunal de Lefortovo, em Moscovo. O também advogado terá de cumprir nove anos de prisão efetiva num centro de detenção de alta segurança e foi ainda condenado ao pagamento de 10.400 euros.
Sobre Navalny recaíam acusações de se ter apropriado das verbas destinadas a uma campanha eleitoral (2,7 milhões de rublos, que atualmente rondam os 20 mil euros), utilizando-as para despesas pessoais. O dinheiro pertencia à Fundação Anti-Corrupção, que o advogado iniciou em 2011, para denunciar a corrupção que grassava entre os mais ricos da Rússia.
Durante a leitura do veredicto, a juíza Margarita Kotova declarou: "Navalny cometeu fraude, ou seja, roubo de propriedade alheia com intenção de enganar alguém."
O opositor do Kremlin foi ainda considerado culpado do crime de injúria em tribunal. Em causa estava a alegada difamação de um veterano da II Guerra Mundial durante outra sessão em tribunal.
Os procuradores russos tinham manifestado a intenção de transferir Navalny para um estabelecimento prisional de alta segurança durante 13 anos, mediante ambas as acusações: fraude e desacato ao tribunal.
Alexei Navalny já estava a cumprir uma sentença de dois anos e meio num campo de reclusos a leste de Moscovo, por acusações que, segundo diz, foram forjadas para frustrar as suas ambições políticas.
O opositor do Kremlin está detido na Rússia desde janeiro de 2021, altura em que regressou ao país após um período de convalescença na Alemanha. Navalny sofreu um envenenamento, em 2020, e acusou o Kremlin de estar envolvido no ataque.