Liora Eylon, de 72 anos, diz-se “vítima do terror do Hamas” que atingiu vários kibbutzim, incluindo o de Kfar Aza (cerca de cinco quilómetros a este de Gaza), onde se encontrava no dia 7 de outubro de 2023. Apesar disso, é uma das cidadãs israelitas que compõem uma “grande minoria” no país: os que defendem e clamam pelo reconhecimento do Estado palestiniano.
Nas suas mais de sete décadas de vida, Liora Eylon viu várias guerras, mas diz-se cansada do ciclo de violência, que não quer que se perpetue durante o período de vida dos seus quatro filhos e sete netos. O ataque terrorista do Hamas, há cerca de dois anos, não mudou a visão da pacifista acerca da necessidade de uma solução de dois Estados. Nem mesmo a perda do filho, comandante da equipa de defesa civil, morto no dia 7 de outubro no seu kibbutz.
“Eu e a minha família ficamos na sala segura durante 35 horas, sem ar, sem comida, sem água, enquanto os terroristas do Hamas estavam dentro de nossa casa, a disparar por todo o lado, matando todos à minha volta, no meu bairro”, conta ao Expresso. Foi salva dia e meio depois pelas Forças de Defesa de Israel (conhecidas pela sigla inglesa IDF).