Para o comum dos mortais Smart é sinónimo de um pequeno veículo urbano de dois lugares, uma espécie de micro Mercedes, feito a pensar na cidade. Lançado em 1998, chamava-se, apropriadamente, “Smart for Two”. Assim foi durante 20 anos, quando a ideia inicial se começou a esgotar e surgiu uma versão de quatro portas, partilhando carroçaria e mecânica com a versão de então (2014) do Renault Twingo. Num quadro de mudança drástica, marcado pelo quase desaparecimento dos pequenos carros citadinos europeus de motor térmico (Citroen C1, Peugeot 108, Opel Karl ou Adam, Renault Twingo, Fiat Cinquecento, etc), entrou-se numa novíssima fase com a conversão do Smart à motorização eléctrica, feita em colaboração entre o grupo Daimler (Mercedes) e o grupo chinês Geely.
O novo Smart (melhor dizendo o Smart # 1) é um carro completamente diferente: cinco portas, cinco lugares, mais que razoável espaço a bordo (decorrente de um comprimento de 4,30 m e uma largura de 1,80) e outros níveis de potência e andamento, proporcionados por uma nova motorização eléctrica de origem chinesa. Mesmo a versão de base já traz uns bons 270 cv (tracção traseira) o que é tudo menos despiciendo. Mas há uma versão ainda mais potente que muda completamente as ideias feitas em matéria de Smart. Chama-se Brabus, tem um motor eléctrico em cada eixo (logo, possui tracção integral), debita nada menos de 428 cavalos e vai dos zero aos cem em 3,9 segundos. Há desportivos caríssimos que não o fazem… E já que vos falo de preço, o Brabus custa à volta de 48 mil euros. Muito dinheiro em abstracto mas, comparativamente falando, envergonhando alguma concorrência.
Uma revolução, mas tranquila
Ainda que a ideia possa parecer contra-intuitiva, a potência não é necessariamente inimiga, nem da economia nem da agradabilidade de condução, muito menos da segurança. Há carros potentes que podem ser surpreendentemente mansos e utilitários que são verdadeiras fábricas de sustos. Tudo depende daquilo para que foram concebidos, do modo como os conduzimos e, sobretudo, da forma como respondem às solicitações do acelerador e do volante. No caso do Smart #1 Brabus pode dizer-se que os seus 400 cavalos não se tresmalham à primeira aceleradela. Sentimos que a potência está lá mas que a podemos dosear sem ter de recear reacções bruscas nem surpresas. A menos que, uma vez passados do modo normal para o desportivo, optemos por desligar todas as ajudas electrónicas, coisa que não se recomenda fora de um autódromo…
FICHA TÉCNICA
SUV, 5 portas, 5 lugares
Preço-base (€) N.D.
PVP (€) Desde 48450
Motor eléctrico+bateria 66 kWh
Potência (cv) 428
Binário (Nm) 584
Velocidade máxima (km/h) 180
Aceleração (0-100 km/h em segundos) 3,9
Bagageira (l) 313 litros
Comprimento/largura/altura (m) 4,30/1,82/1,64
Autonomia 400 km (WLTP)
Carregamento Rápido (150 kW até 80%) 30 minutos