A 13 de janeiro deste ano, duas ativistas do movimento Just Stop Oil pintaram com spray "1.5 is dead" ("1.5 está morto") no túmulo de Charles Darwin, na Abadia de Westminster, em Londres.
A mensagem refere-se ao limite de 1,5°C definido no Acordo de Paris de 2015. Segundo este tratado internacional, para evitar os piores efeitos das alterações climáticas, o aquecimento global não deve ultrapassar 1,5°C acima dos níveis antes da Revolução Industrial (época em que fábricas e grandes máquinas começaram a ser usadas).
O movimento Just Stop Oil alerta que esse limite foi ultrapassado, o que significa uma preocupação grave para a saúde do planeta.
2024: o ano mais quente
A ação de Alyson Lee (66 anos) e de Di Bligh (77 anos), em declarações no jornal The Guardian, simboliza a urgência de combater as alterações climáticas. Podes ver aqui o vídeo.
Recordamos que o Serviço Copernicus de Alterações Climáticas da União Europeia confirmou recentemente que 2024 foi o ano mais quente já registado no mundo.
Quanto às ativistas, foram detidas sob suspeita de danos criminais devido à pintura feita no túmulo de Darwin.
Quem foi Charles Darwin?
1809 - Crescer perto da natureza
Charles Darwin nasceu a 12 de fevereiro de 1809 em Shrewsbury, Inglaterra. Em pequeno, já tinha um grande interesse pela natureza, entretendo-se a estudar a fauna e flora.
Darwin foi enviado aos 16 anos para a Universidade de Edimburgo, onde devia estudar medicina. Porém, o biólogo achava as matérias desinteressantes e não tolerava sangue!
A carreira de médico foi, assim, deixada de parte, levando-o até à Universidade de Cambridge para aprender teologia.
1831 - O ponto de viragem
Em 1831, o aspirante a biólogo embarcou numa viagem a bordo da embarcação HMS Beagle. Durante cinco anos, explorou a costa sul-americana e conheceu um mundo muito diferente do seu.
De tartarugas gigantes a pássaros de pés azuis, Darwin viu ao vivo tudo o que até então apenas existia nos seus livros. Estavam lançados os dados para desenvolver algumas das suas mais famosas teorias.
1836 - Mais de 20 anos de pesquisa
Com o regresso a Inglaterra, veio uma intensa pesquisa sobre as notas e os artefactos recolhidos no decorrer da viagem. Darwin começa a formular a Teoria da Seleção Natural.
Segundo o biólogo, os seres vivos são capazes de se multiplicar ao longo de gerações, passando aos descendentes características essenciais à sua sobrevivência. Com novas necessidades, nascem novas espécies, capazes de se adaptar ao seu meio natural.
1859 - A Origem das Espécies
Charles Darwin refletiu muito antes de publicar o seu mais famoso trabalho, "A Origem das Espécies", em 1859. No fundo, o material que estava prestes a apresentar desafiava as crenças católicas da sociedade britânica.
O volume tornou-se muito popular, abordando conceitos como a verdadeira idade da Terra e os antepassados comuns entre espécies. "A Origem das Espécies" foi reescrita pelo próprio seis vezes, com a última edição a incluir, pela primeira vez, o termo “evolução”.
1882 - O legado de um génio
Na sua última década de vida, Darwin publicou “A Descendência do Homem e Seleção em Relação ao Sexo”. A obra gerou ainda mais discussão ao aprofundar a ideia de o Homem descender dos primatas.
Durante este período, a saúde de Darwin piorou bastante, culminando na sua morte por complicações cardíacas em 1882.