Europeias 2019

Marisa com os gatos para mostrar as garras ao PAN

A candidata do Bloco não é muito dada a provérbios. Se o fosse, para denunciar os maus tratos animais, diria certamente que “do gato pisado sai o miado”. Marisa Matias lembra os trabalho do BE para dizer que muito ainda falta fazer: “Estamos longe de ter em Portugal uma política que proteja o bem-estar animal”

PAULO NOVAIS/Lusa

Foi através do trabalho da Associação Gatos Urbanos, de Coimbra (entidade que cuida de gatos abandonados na malha urbana da cidade), que Marisa Matias meteu os direitos dos animais na sua campanha para o Parlamento Europeu.

No plano interno, o diagnóstico traçado pela candidata do Bloco é pouco lisonjeiro: “Estamos longe de ter em Portugal uma política pública que proteja o bem estar animal”. Por isso, Marisa Matias veio destacar a importância do trabalho da entidade cujo trabalho deu a conhecer nesta quinta-feira.

Na falta de uma rede de instituições públicas, “tem de haver apoio quer da parte de associações quer da parte de municípios”, disse. Como tem acontecido nesta campanha do Bloco, cada situação ou realidade nacional mostrada tem um “link” para a realidade europeia. E aqui Matias lembrou o seu trabalho neste mandato em defesa dos direitos dos animais, com “normas de transporte que protegem o bem-estar”. De seguida, traçou a meta que um dia importará alcançar: “Não haver qualquer transporte de animais vivos para consumo”.

Candidata com ataque de riso

Antes de mostrar o trabalho da Associação Gatos Urbanos, Marisa Matias foi questionada sobre a iniciativa que teria lugar daí a umas horas. E foi apanhada desprevenida por uma pergunta de uma jornalista, que quis saber se ela ia “dar uma mãozinha ou uma patinha ao PAN”.

A candidata desatou a rir e respondeu na mesma moeda: “Neste mandato demos uma mãozinha e uma patinha aos direitos dos animais”. Mais a sério, “não teme o PAN?”, perguntaram. “Não”, respondeu Matias. “Temos feito trabalho nessa área e continuaremos a fazer”.

De seguida, puxou pelos galões do Bloco: “Foi o primeiro partido em Portugal a levar os direitos dos animais [de circo] ao Parlamento”. Com a campanha a avançar, cada iniciativa tem de ser vista mais à lupa. É sempre uma forma de percorrer todas as bancas do mercado de votos. Neste caso, o Bloco quis entrar no eleitorado (já assumido e potencial) do PAN.

Assim se mostram as garras em política. Para fazer uns arranhões nos adversários.