Energia

EDP vende ao seu segundo maior acionista parte do negócio termoelétrico em Espanha

A EDP acordou com o grupo Masavéu, seu segundo maior acionista, a criação de uma empresa para o controlo conjunto da central termoelétrica de Aboño, em Espanha, que será parcialmente reconvertida de carvão para gás

Miguel Stilwell de Andrade, presidente executivo da EDP.
NUNO VEIGA

A EDP comunicou esta sexta-feira ao mercado um acordo com a Corporación Masaveu para a venda a esta última de 50% da central a carvão de Aboño, nas Astúrias, unidade que será parcialmente reconvertida para passar a funcionar alimentada a gás. O grupo Masaveu controla a Oppidum, segundo maior acionista da EDP, com uma posição de 6,82%, apenas atrás dos 20,86% da China Three Gorges.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP revela que irá criar uma “nova parceria” com a Corporación Masaveu, que partilhará com a EDP o controlo da central termoelétrica de Aboño.

Esta unidade, que hoje tem uma capacidade de 904 megawatts (MW), é composta na verdade por dois projetos perto de Gijón. O primeiro, Aboño I, será encerrado, mas o segundo, Aboño II, será convertido de carvão para gás, num investimento que a EDP estima em meia centena de milhões de euros, a realizar até meados de 2025.

Além do encerramento de Aboño I, a EDP também irá solicitar ao operador da rede elétrica espanhola autorização para fechar outras duas centrais a carvão em Espanha (Soto 3 e Los Barrios), no quadro do compromisso de abandonar totalmente a produção a carvão até final de 2025.

A nova parceria entre a EDP e o grupo Masaveu “prevê o controlo conjunto na gestão de Aboño e a transferência do passivo das centrais”, explica a elétrica portuguesa.

“A EDP manterá 100% da gestão e desenvolvimento dos projetos de transição justa a decorrer em Aboño, nomeadamente projetos de hidrogénio e energias renováveis”, acrescenta o grupo liderado por Miguel Stilwell de Andrade.

Além desta reconfiguração do seu negócio a carvão em Espanha (depois de em 2021 já ter encerrado a central a carvão de Sines, em Portugal), a EDP também pretende ter a sua produção de eletricidade totalmente descarbonizada até 2030, o que poderá implicar encerrar ou vender as centrais de ciclo combinado a gás natural que o grupo ainda opera.