A REN - Redes Energéticas Nacionais já investiu 5 milhões de euros nos processos de certificação das suas infaestruturas de gás natural, para que possam vir a receber hidrogénio verde, informou esta quinta-feira a empresa em comunicado.
“O objetivo é conseguir esta certificação para injeções até 10% de hidrogénio misturado com gás natural na rede nacional de transporte de gás (RNTG) e armazenamento subterrâneo do Carriço (AS Carriço) e até 20% na rede de distribuição operada pela REN Portgás até final deste este ano”, explica a REN.
A empresa indica ainda que pretende até final de 2024 alcançar a certificação para poder injetar até 100% de hidrogénio nestas infraestruturas.
No mesmo comunicado, a REN sublinha que o seu programa de conformidade de ativos “cria condições para o cumprimento das metas de política energética do Governo português, nomeadamente a nível do hidrogénio verde”.
“A certificação é mais um passo para incorporar gases renováveis na rede de gás nacional, em particular o hidrogénio que, contrariamente ao biometano, carece de adaptações adicionais nas infraestruturas”, explica a REN.
A empresa começou já em 2022 a realizar estudos técnicos e contratou desde então mais de uma dezena de entidades para trabalharem no processo de adaptação das infraestruturas. “Os trabalhos estão a ser acompanhados e avaliados por uma entidade certificadora independente”, refere a REN.
Recorde-se que no início deste mês a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) emitiu o seu parecer ao plano da REN para a rede de gás para a próxima década, manifestando reservas e críticas aos avultados investimentos previstos no documento, que contemplava encargos totais de 882 milhões de euros em 10 anos.
A ERSE considerou “prematura” a avaliação e autorização de projetos dedicados exclusivamente ao vetor hidrogénio, no montante de 414 milhões de euros.
A REN poderá ainda reformular o seu plano de investimento antes de apresentar a versão final ao Governo, que, em representação do Estado português (enquanto concedente da concessão explorada pela REN), poderá aprovar ou rejeitar os investimentos propostos pela empresa.