O presidente executivo da Exxon Mobil, Darren Woods, criticou a política energética europeia, que na sua opinião foi longe demais, noticia a “Bloomberg”, num texto intitulado “Exxon tem uma mensagem para a Europa: não se metam com a indústria do petróleo e gás”. O responsável falava numa conferência realizada em Houston.
Após anos de desinvestimento em petróleo e gás, a Europa recorreu ao carvão quando o gás russo parou de fluir. Mas ao continuar a atingir a indústria do petróleo e do gás com medidas "punitivas" como é o caso do imposto sobre os lucros inesperados, as coisas só vão piorar, disse Woods.
"O que vimos na Europa deveria ser uma chamada de atenção", disse, acrescentando que a petrolífera "recuou e reavaliou" a sua estratégia de investimento no continente e a virar-se para os Estados Unidos, onde o Governo avançou com poderosos subsídios públicos à energia verde, ao abrigo do Inflation Reduction Act (IRA). Aliás, a empresa está a processar a União Europeia (UE) numa tentativa de tentar anular a eficácia do novo imposto sobre os lucros extraordinários das energéticas (nomeadamente petrolíferas).
De acordo com a “Bloomberg”, houve também mudanças no que ao clima diz respeito. "Equilíbrio" é agora a palavra-chave quando estas empresas descrevem a transição energética, uma vez que a acessibilidade e a segurança subiram para o topo da agenda. Por exemplo, a BP e a Shell, vão investir mais no petróleo e no gás, o que acaba por reforçar o consenso de que vai ser difícil matar os combustíveis fósseis, apesar da crise climática, segundo a agência.
Por todas as críticas que a Exxon tem sofrido, incluindo as dos seus próprios acionistas, Woods insiste que a sua decisão de não vacilar em relação ao petróleo e ao gás tem sido a decisão certa. Os investidores parecem concordar com ele, pois as ações da petrolífera subiram 134% desde a pandemia, quase o dobro da rival Chevron.