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Juros na habitação em novos mínimos, mas bancos começam a apertar condições

Pelo sétimo mês consecutivo, as taxas de juro para a compra de habitação voltaram a cair para mínimos históricos. Analistas não preveem grandes alterações das taxas juro para este ano, mas salientam que bancos já estão a apertar o crivo na concessão de empréstimos

luís barra

A compra de habitação a crédito mantém-se facilitada com as taxas de juro a baterem novos mínimos históricos desde outubro. Para a compra de habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos desceu para 0,858% - menos 1,4 pontos base face a fevereiro, revelou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatísticas (INE). O nível registado para os contratos efetuados desde janeiro, é ainda mais baixo, com a taxa de juro a fixar-se nos 0,696%.

A política de flexibilização de crédito para estimular a economia adotada pelo Banco Central Europeu (BCE) levou os juros para terreno próximo de zero e, muitas vezes, para valores negativos. A instituição presidida por Christine Lagarde tem repetido que vai manter esta orientação nos próximos tempos. Como pano de fundo, a incerteza provocada pela pandemia em termos de recuperação económica e reflexos no mercado de trabalho, com um previsível aumento do desemprego.

Para os analistas contactados pelo Expresso, a tendência para a manutenção das taxas de juro do crédito à habitação a níveis historicamente baixos deverá continuar a sentir-se em 2021. Porém, mais para o final do ano, admitem como provável um eventual aumento dos spreads – a margem de lucro dos bancos – devido aos efeitos da crise.