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“O Pub The Old Oak” serve choque social, crispação cultural e racismo sistémico: é o novo filme de Ken Loach

Ken Loach realiza o drama, com Dave Turner, Ebla Mari e Claire Rodgerson nos principais papéis. O crítico Francisco Ferreira dá-lhe três estrelas. Chega esta quinta-feira aos cinemas

O novo filme de Ken Loach decorre em Durham, pequena cidade do norte de Inglaterra, na zona circundante a Sunderland e Newcastle, e passa-se em 2016, data importante para o desfecho da recente Guerra da Síria (um assunto com relevância para a história do filme). Uma pacata comunidade de ex-mineiros ingleses, quase todos no desemprego, vê chegar, desconfiada, uma nova vaga de refugiados sírios que ali se instalam temporariamente, à procura de vida digna.

O choque social, a crispação cultural e o racismo sistémico não tardam a vir à tona com violência e, do lado dos recém-chegados, o argumento de Paul Laverty (habitual guionista de Loach) dá ênfase à personagem de Yara (Ebla Mari), uma jovem síria com vontade de singrar como fotógrafa — e esta é uma excelente ideia já que a sua capacidade de observação é muito superior a nível ético e moral ao dos seus novos vizinhos.