A evolução da agricultura nacional faz-se através do “desenvolvimento dos diferentes modelos” existentes e continuar a apoiar a agricultura de grande dimensão é importante, mas é preciso salvaguardar a prática familiar, explicou Firmino Cordeiro, diretor-executivo da AJAP. Em concordância, Nuno Russo, acredita que “Portugal deve apostar em todas as agriculturas”, incluindo a familiar, que representa 94% das explorações do país.
São 250 mil explorações que ocupam território que de outra forma estaria “abandonado” e onde os agricultores familiares desempenham um importante papel nas atividades de limpeza de terrenos e florestas. Além disso, produzem “com qualidade e para o consumo regional”, fornecendo o país, mas também contribuindo para as exportações e economia nacional.
No entanto, a rentabilidade continua a ser um desafio. Para que tenham o rendimento devido, são precisas “medidas específicas para a sua realidade” e, neste sentido, a criação de “uma rede de municípios com o pelouro da agricultura” poderia fazer parte da solução. São já 50 os municípios com pelouros ligados ao sector primário e entre os quais se poderia construir uma rede de partilha de informação para replicar práticas de sucesso entre territórios. “Se todos tivessem essa aptidão e competência, o sector seria mais desenvolvido”.
Para Gonçalo Ribeiro Telles, consultor político, os obstáculos só serão ultrapassados se o sector for “mais bem remunerado”, mas sem esquecer a importância de criar políticas concretas que considerem as diferenças entre regiões e tipos de agricultura.
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