Da Terra à Mesa

Agricultores portugueses estão a “reconverter” para ter produtos “zero pesticidas”

Em Portugal e na Europa começa a traçar-se o caminho para uma alimentação mais sustentável, livre de químicos e mais saudável, que tenha em conta as necessidades do planeta e dos seus habitantes. Quem o diz é Ondina Afonso, presidente do Clube de Produtores Continente, que explica o que já se está a fazer em Portugal para atingir esses objetivos. Os custos de produção e o papel do Governo também estiveram em debate no ciclo de Conversas Terra a Terra, organizado pela Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) com o Expresso como media partner

Os alimentos produzidos na Europa são considerados seguros devido às exigentes regras de produção e controlo de qualidade, mas o objetivo é também garantir a sustentabilidade alimentar. Tal já acontece em Portugal, onde já se utilizam menos “fatores prejudiciais” à produção, nomeadamente pesticidas, apontou Firmino Cordeiro, diretor-executivo da AJAP. Nesse sentido, a presidente do Clube de Produtores Continente, Ondina Afonso, sublinhou que, fruto do trabalho desenvolvido pelos agricultores, é possível dizer que os produtos à venda “já são sustentáveis”.

De acordo com a também diretora de qualidade e investigação da Sonae MC, a estratégia europeia “do prado ao prato” acelerou o nível de exigência no sector, o que levou os agricultores a “reconverter” a sua produção para obter alimentos com “zero pesticidas”. O Clube de Produtores Continente tem contribuído para esse processo, apoiando os produtores ao “partilhar” os custos da implementação desses projetos.

No entanto, para impulsionar a alimentação sustentável é preciso também um governo “mais interventivo” e que ajude os produtores a equilibrar custos, disse Gonçalo Ribeiro Telles. Para o consultor político, o preço continua a ser um “grande entrave”, porque os produtos sustentáveis tendem a ser mais caros. Apesar de não considerar que haja uma preocupação de “não comer melhor por ser mais caro”, Ondina Afonso concorda que o aumento de custos em vários fatores de produção “pressionaram o mercado”, razão pela qual é preciso “partilhar riscos e investimento” ao longo do caminho que já está a ser feito em Portugal.

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