“Há dois meses que aguardava para falar com Carlos César”
Paulo Trigo Pereira, deputado independente eleito pelo PS, em entrevista ao Público, 8 de dezembro
18 valores no índice de corpo estranho. Começou por ser um “sábio”, dos 12 sábios que construíram o programa macroeconómico com Mário Centeno, antes das legislativas de 2015. Não foi para o Governo, como outros do grupo, mas para o Parlamento, e trabalhou. Mas um “sábio”, quando é independente e quer continuar a pensar pela sua cabeça não formatada pelas necessidades da tática política ou da máquina partidária, é expelido como um corpo estranho que os partidos rejeitam porque há tecidos incompatíveis. Os independentes têm servido de flor na lapela partidária para mostrar a abertura à sociedade “civil” e capacidade de atração, mas depois perdem serventia se forem demasiado “independentes”. Paulo Trigo Pereira foi tão pouco considerado, pelo menos na sua versão dos factos, que acabou por sair do grupo parlamentar do PS e passar a deputado sem grupo. Num Parlamento em que os políticos profissionais vão dando exemplos notáveis de condutas repreensíveis - como as presenças-fantasma ou as votações-fantasma - um académico que cai em São Bento sem querer pactuar com a cultura dominante acaba por não ter remédio se quiser manter a coluna vertebral. Carlos César tem 86 deputados com quem falar mas, caramba, devia ter procurado evitar este desfecho.
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