Saltos altos e fatos com saia são a farda das executivas, mas a diferença da liderança feminina não se limita ao dress code. É uma questão de intuição e sensibilidade, que nos distingue do sexo oposto.
Por norma, as empresas são lideradas maioritariamente por homens, mas é em tempos de crise que há uma maior procura por mulheres, revela um estudo recente do "British Journal of Social Psychology", realizado por investigadores da University of Kansas, nos EUA, e da University of Erlangen-Nuremberg, na Alemanha.
E afinal todos têm consciência disso. Foi pedido a 119 pessoas para lerem artigos de jornais e revistas sobre uma cadeia de supermercados que viveu momentos de expansão e de crise e, no final, foi-lhes perguntado que líder escolheriam para cada fase. A resposta foi unânime, a maioria preferiu um homem para liderar uma empresa próspera, enquanto as mulheres foram as eleitas para os períodos de crise.
Conclusão? Mais uma vez vencem as ideias pré-concebidas. Se em situações normais são os homens que mais lideram as empresas, por serem considerados ambiciosos, competitivos e até mais racionais, quando chega a tempestade são as mulheres que seguram no leme e ficam responsáveis por tirar a empresa da crise. A liderança feminina com mais inteligência emocional, sensibilidade e poder de comunicação poderá ser mesmo decisiva na gestão das finanças e dos RH, que tendem a emagrecer em períodos de crise.
Portugal vai acordar?
Se esta é uma boa notícia a nível internacional, em Portugal continuamos a anos luz de ter uma cultura empresarial digna do século XXI, sem machismo, nem mais preconceitos. Se as empresas não querem mulheres com filhos, (como revelou um estudo divulgado na semana passada, que indicava que só 28% das empresas nacionais planeiam contratar mulheres com filhos), muito menos mulheres na chefia de grandes empresas. Custa-me vivermos em pleno século século XXI e não acompanharmos as tendências globais, quando são positivas. Sobretudo custa-me continuarmos a insistir em falsos moralismos e na questão da igualdade já conquistada e estarmos a quilómetros de distância disso.
Por mim riscava o "Dia da Mulher" do calendário, porque simplesmente assinala desigualdades. Não sou feminista, mas acredito nas reais capacidades da mulher e na mais-valia da diversidade. Como diz a teoria dos sistemas, "o todo é mais que a soma das partes"... Logo, juro que não percebo por que é que as mulheres que estão em maioria no planeta e que são o maior número de licenciados, continuem a ser mal pagas e atinjam menos os lugares de topo. Confesso que gostava fosse um processo natural, mas talvez seja mesmo necessário estabelecer quotas para impulsionar a contratação de mulheres. Estarei certa?
A Vida de Saltos Altos também está presente no Facebook. Na página desta popular rede social qualquer um pode ser amigo deste blogue. Clique para visitar.
A Vida de Saltos Altos é presença assídua no Twitter, onde estão todos os posts deste blogue. Junte-se às pessoas que aí nos seguem. Clique para visitar.