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O Carnaval de Alberto

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O Carnaval de Alberto

O currículo de Alberto da Ponte, escolhido para presidir à RTP, não acolhe experiências nas indústrias da informação ou do entretenimento, mas a verdade é que o gestor tem um invejável talento para ator. No dia de Carnaval de 1987, convocou de urgência os colaboradores próximos na Unilever que na altura dirigia e anunciou com semblante carregado a iminência de uma tragédia. Confessou que praticara atos muitos graves com consequências terríveis na sua vida e na carreira de todos eles. A solução teria de ser radical. Ato contínuo, perante o desespero dos colegas, Alberto puxou de um revólver e deu um tiro na cabeça. Caiu na sala, sem que os presentes suspeitassem que a encenação não passava de uma brincadeira de Carnaval. A arma era um brinquedo, o disparo foi de fulminante. Alberto é danado para a brincadeira. E o seu talento para imitar vozes já fez um vasto conjunto de vítimas.

A sobremesa RTP

Consta que o modelo de concessão da RTP terá estado na ementa de um jantar que reuniu o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, o presidente-executivo da PT, Zeinal Bava, e o novo presidente da estação pública, Alberto da Ponte, no restaurante Horta dos Brunos, na última semana de agosto. É um tema apetitoso e, visto que a RTP não consta da lista de empresas a privatizar, resta saber: quem irá ficar com tão doce sobremesa?

A moda dos papelinhos "inválidos para efeitos fiscais"

Nos postos de combustíveis da Galp, normalmente em pré-pagamento por causa dos malandros que estão sempre a pensar em escapar sem pagar, a eficiência prima... no castigo ao cliente. O pagador é obrigado a ir à loja antes e depois de abastecer, para trocar uma 'senha' de pré-pagamento por uma fatura. Ou seja, depois de aguentar na fila para pagar, vai pôr gasolina e enfrenta nova fila para trocar um papel "inválido para efeitos fiscais" por outro válido. E quando o cliente pensa que está tudo resolvido, não, a Galp parece ser atacada pela saudade e não quer vê-lo partir... a fatura só será passada se debitar o seu nome e número de identificação fiscal. Isto chama-se amar o cliente, gostar de ter um país produtivo e... criar dificuldades para passar faturas.

Governo reciclado

A austeridade chegou em força ao Governo, mas não, ainda não foi desta que os governantes cortaram significativamente os seus próprios rendimentos para dar o exemplo - e, já agora, por que não os dos deputados? A história é outra, mais simbólica, e tem que ver com o bloco de notas usado pelo secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, na conferência de imprensa desta semana em que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou mais medidas duras. Tratava-se de um bloco com folhas em que uma das faces já tinha sido usada. Sempre que o secretário de Estado virava páginas era visível o papel impresso que em vez de ir para o lixo foi reutilizado. Será um exemplo a seguir como o da famosa extinção de gravatas?