Aconteceu tudo tão depressa que Sandra só teve tempo de agarrar em algumas peças de roupa, produtos de higiene e toalhas antes de sair de casa. Tudo o resto ficou para trás. Nos dias seguintes voltou para resgatar o que pôde. Parte da roupa ficou em casa de vizinhas e alguns móveis e eletrodomésticos foram levados para um armazém alugado. “Guardei o que consegui para quando tiver uma casa.”
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Mais de três mil pessoas desalojadas enviadas para pensões: “A minha vida nunca foi fácil, mas agora está pior do que alguma vez esteve”
Famílias que ficaram sem casa são cada vez mais alojadas em unidades hoteleiras. Número quase triplicou em cinco anos. Muitas vivem confinadas a quartos pequenos, onde comem, dormem e passam o dia, muitas vezes longe do trabalho e da escola dos filhos. Sem alternativas, há quem acabe por regressar a bairros demolidos, erguendo de novo casas precárias