O Presidente do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), Jim Skea, esteve em Lisboa para receber o Prémio Norte-Sul 2022 do Conselho da Europa, que foi conjuntamente atribuído à Associação das Cidades Ucranianas esta quinta-feira, na Assembleia da República. A distinção reconhece a duas entidades pelas suas “respetivas contribuições excecionais para promover a resiliência das comunidades locais em tempo de guerra e responder ao apelo urgente por ação climática”. Antes de receber o prémio esteve na Comissão de Ambiente da Assembleia da República onde esclareceu os deputados sobre a importância da ação climática. “Cada fração de grau é importante para reduzir os impactos das alterações climáticas”, frisou, lembrando que atingir ou não a ambicionada meta de impedir que o aquecimento global ultrapasse meta de 1,5°C depende do que as perto de 200 nações do mundo fizerem a nível nacional. No fim, o académico escocês, especialista em energia sustentável, que coordenou o Relatório Especial do IPCC sobre o Aquecimento Global de 1,5C falou com o Expresso.
Como vê o “Consenso” alcançado na COP28? É suficiente o compromisso assumido?
Sou cientista e não político e nós cientistas consideramo-nos muito ingénuos para julgar o sucesso desta COP. Mas posso dizer que a declaração final aborda muitas das questões que o IPCC tem levantado nos seus relatórios científicos. Quanto ao como os países aplicam estas conclusões temos de esperar para ver. Nos relatórios mais recentes, o IPCC tem sido muito claro quanto à necessidade de eliminação progressiva do carvão não ativado e a reduções significativas na produção de petróleo e gás. O que temos de fazer é esperar para ver o que cada país faz para dar seguimento ao acordo que foi alcançado no Dubai.