Junho, julho, agosto e setembro de 2023. Os quatro meses entram para o ‘top 30’ de meses mais quentes globalmente, de acordo com os dados da Copernicus. Com agosto e julho do presente ano a liderar a lista, a surpresa é mesmo o mês de setembro: o único setembro desde 1940 a entrar para os recordes de temperatura.
“Setembro de 2023 foi o setembro mais quente de que há registo a nível mundial, com uma temperatura média do ar à superfície de 16,4 °C, o que significa 0,93 °C acima da média de 1991-2020 para setembro e 0,5 °C acima da temperatura do anterior setembro mais quente (2020)”, lê-se no site do Serviço de Alterações Climáticas do Programa Copérnico (C3S) da União Europeia.
Mas há outros dados a destacarem-se e que comprovam que a temperatura tem vindo a subir: 2023 é o ano com mais meses a baterem recordes. Além disso, dos 30 meses, apenas um é anterior a 2000.
Os recordes continuam a nível global, com as temperaturas médias da superfície do mar a manterem-se “constantemente elevadas nos últimos cinco meses”. O recorde foi logo atingido em abril, tendo-se mantido até agora. Mas o pico foi mesmo sentido em agosto, tendo os dados registado a temperatura média global da superfície do mar mais elevada desde 1940 (21,02 ºC).
E para esta altura do ano a temperatura continua elevada. No início deste mês, a 2 de outubro, a temperatura média global da superfície do mar encontrava-se a 20,82 ºC, mais 0,22ºC em comparação ao último valor mais elevado registado neste dia de outubro (2015).
Madeira regista temperatura máxima do ar
O mês de outubro, em Portugal, também está a acumular recordes. No dia 5, segundo o IPMA, a temperatura máxima do ar na Madeira chegou aos 34,7ºC. “O primeiro ano a superar os 30 °C no mês de outubro foi 1875. Os 31°C foram atingidos em 1909, os 32 °C em 1930, os 33 °C em 1942 e os 34 °C em 1995. Os valores recordes da temperatura máxima do ar têm vindo, de forma muito significativa, a aumentar ao longo do tempo, principalmente nos últimos anos”, lê-se no site do IPMA.
O calor sentido na Madeira foi condicionado pela presença de uma massa de ar tropical quente e seca, com origem no deserto do Saara.