Sociedade

Onda de calor continua nos primeiros dias de outubro (e na Europa batem-se novos recordes)

Depois do verão mais quente de sempre no Hemisfério Norte, o calor continuará na Europa em outubro. Portugal não é exceção, numa altura em que as temperaturas estão “significativamente acima do normal”

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Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Polónia e Suíça acabaram de viver o mês de setembro mais quente de que há registo, com temperaturas excepcionalmente elevadas que deverão continuar até outubro. Portugal, onde já é habitual temperaturas mais elevadas em setembro em relação a estes países, pode não ter atingindo um recorde, mas o tempo quente também continuará por cá nos primeiros dias do décimo mês do ano.

Segundo escreve o The Guardian, a autoridade meteorológica francesa, Météo-France, disse que a temperatura média de setembro foi de 21,5°C, entre 3,5°C e 3,6°C acima da norma para o período 1991-2020. Setembro de 2023 foi o mais quente para as terras gaulesas.

Mas não foi só em França que esse fenómeno se deu. Também na Alemanha e Bélgica se atingiram recordes, ambos com as temperaturas a ficarem 4 graus acima da média. Na Bélgica, setembro foi até mais quente do que julho e agosto “o que não acontecia desde 1961”, explicou David Dehenauw, do Instituto Meteorológico Real belga.

Polónia, Áustria e Suíça idem.

No sul de Espanha deverá ter sido registada a temperatura mais alta de setembro, alguma vez registada na Europa: 45,7 graus, a 5 de setembro, em Montoro, perto de Córdoba.

Por Portugal, não é conhecido se terá sido o setembro mais quente de sempre, mas os últimos dias têm sido sem dúvida mais quentes que o normal. Vítor Prior, diretor do Observatório Meteorológico do Funchal do IPMA, lembrou este domingo na SIC-Notícias que “estas situações já ocorreram no passado” em outubro, mas ainda assim as temperaturas estão “significativamente acima do normal”, pois “os valores normais desta altura são cerca de 23 ou 24 graus”.

E até quando estaremos sob esta onda de calor? O especialista prevê aproximadamente mais oito ou nove dias.

Vários cientistas têm alertado para as alterações climáticas impulsionadas pela actividade humana, que estão a aumentar as temperaturas globais. Por exemplo, este ano o Hemisfério Norte registou o verão mais quente de sempre e está-se a tornar cada vez mais comum as temperaturas quentes estenderem-se pelo ano fora, entre março e novembro.