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Em Portugal, 30% das terras não têm um dono definido. E isso dificulta a prevenção e combate aos incêndios

AGIF quer alterar regime sucessório na promoção da gestão da floresta e combate a incêndios

Chamas consumiram 28.415 hectares em 2021, menos 78% que média 
da década anterior
Pablo Blazquez Dominguez/Getty Images

Cerca de um terço dos mais de 11 milhões de prédios rústicos existentes em Portugal faz parte de “heranças indivisas”, ou seja, são propriedades que podem ter meio hectare e pertencer a cinco herdeiros sem que nenhum se responsabilize pela floresta que aí existe. E isto é “um obstáculo à promoção da gestão ativa da floresta”, aponta ao Expresso Tiago Oliveira, presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF).

Segundo esta entidade, que tem a missão de fazer o planeamento, a coordenação estratégica e a avaliação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), isto é um problema, pois 98% da propriedade pertencem a privados e só se conhecem os donos de 44% das terras rústicas (ver caixa), apesar do “impulso” dado ao projeto de cadastro simplificado.