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Sociedade

Violência na Amadora. O que dizem os relatórios médicos de Cláudia e do agente da PSP

Cláudia garante que foi espancada no carro-patrulha, PSP diz que ela se atirou para o chão. Ficha clínica revela “hematomas extensos em toda a face”. Agente não está suspenso

Cláudia Simões mostra os hematomas provocados pela agressão que diz ter sofrido por parte de um agente da PSP e o cabelo que lhe foi arrancado durante a detenção, junto à paragem de autocarros de uma das principais ruas da Amadora, onde vive
Ana Baião

O relatório médico do Hospital Amadora-Sintra, a que o Expresso teve acesso, é revelador quanto à extensão dos ferimentos com que Cláudia Simões deu entrada nas urgências no passado domingo à noite, após ser detida pela PSP, depois de não ter apresentado o passe da filha no autocarro: “Traumatismo cranioencefálico frontal e trauma facial com edema exacerbado generalizado, edema dos lábios, com feridas dispersas, trauma da pirâmide nasal (...) Apresenta face deformada por hematomas extensos em toda a face, principalmente na região frontal à esquerda, ferida traumática no lábio inferior e superior com pequena hemorragia ativa.”

Segundo a ficha clínica, a “utente [foi] encaminhada da sala de reanimação, onde recorreu acompanhada pelos bombeiros e pela polícia, após ter sido alegadamente vítima de agressão”. Em declarações ao Expresso, dois peritos forenses que analisaram o relatório dividem-se sobre o que pode ter provocado os ferimentos descritos. Um dos especialistas conclui que os hematomas foram, muito provavelmente, causados por um ato violento, nomeadamente murros nos lábios e nos olhos, sendo dificilmente compatíveis com uma queda, como alegou a PSP quando chamou os bombeiros da Amadora para socorrer a mulher, junto à esquadra do Casal de São Brás. Outro perito, no entanto, considera que o relatório não permite tirar conclusões, não podendo ser afastado nenhum dos cenários.

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