As expectativas da jovem ativista sueca sobre o que resultará da Conferência do Clima (COP25) que decorre em Madrid não são as mais entusiasmantes, dado tudo apontar para compromissos só em 2020, na COP de Glasgow. Porém, Greta Thunberg espera que desta cimeira da ONU, que decorre até 13 de dezembro, saia “algo de concreto”. E sublinha: “Cada oportunidade que tivermos para melhorar a situação deve ser aproveitada (...) porque não podemos esperar nem mais um minuto”.
A mensagem foi passada numa conferência de imprensa que decorreu no centro social e cultural “La Casa Encendida”, no centro de Madrid, no fim do primeiro dia da Cimeira Social do Clima, que decorre em paralelo com a COP25. Ao seu lado, a responder a perguntas dos jornalistas, estavam três outros jovens representantes de movimentos globais das “Sextas-feiras pelo Futuro”, entre os quais o espanhol Alejandro Martinez e a ugandesa Vanessa Nakati.
Greta, como sempre, foi o alvo da maioria das perguntas e mais uma vez lembrou que é “apenas uma ínfima parte de um grande movimento” e que são precisos mais ativistas pelo clima. “As nossas vozes ouvem-se cada vez mais, mas isto nem sempre se traduz em ação”, lamentou. E anuiu perante a necessidade de se incluir a justiça climática e ambiental na legislação de todos os países. Para os jovens ativistas, a justiça climática nunca será possível sem justiça social.
Sobre as críticas de que tem sido alvo, Greta tem uma resposta clara: “Algumas pessoas querem que tudo continue como até agora e temem a mudança. Tentam silenciar-nos e isso é a prova de que estamos a ter impacto”.
“Espero que os políticos estejam à altura de se posicionarem do lado certo da história”, afirmou por sua vez Alejandro Martinez, dirigente do movimento espanhol “Fridays for Future”. O jovem ativista recordou que os relatórios científicos sobre as alterações climáticas que têm vindo a público “apontam para cenários muito piores do que os inicialmente projetados”. E, como Greta tem feito, aconselhou: “Ouçam os cientistas”.