Em ambiente de festa e alegria pelas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, resolvi pegar aqui em marcas que acompanharam pelo menos duas gerações de enófilos e que nasceram em épocas onde o que mais se consumia era vinho a granel e em garrafão. Assim sendo, um vinho engarrafado era logo um sinal de que havia festa no horizonte. Lembro-me que em minha casa se comprava para dias especiais o Teobar (marca feita a partir do nome do proprietário das Caves Dom Teodósio, Teodósio Barbosa) e, a pedido especial da mamã, comprava-se o Grandjó, um branco doce que fazia as delícias da matriarca. Nos anos 60 surgiram algumas marcas emblemáticas, como foi o caso do Vinha Grande, nascido em 1960 e que, dizia-se, era o Barca Velha dos pobres, um tinto que estagiava nas barricas que tinham servido ao célebre vinho. Nasceu com essa fama e a verdade é que durante décadas fazia figura do nº 3 da Sogrape, a seguir ao ícone e ao Reserva Especial. A gama da empresa alargou-se imenso, mas a fama do Vinha Grande não esmoreceu e dele ainda hoje se produzem cerca de 240 mil garrafas, entre “normais” e magnum. É, pelo preço acessível que tem, um excelente exemplar do Douro, rico, cheio, maduro mas polido e onde os 14,5% de álcool quase que passam despercebidos. Quer fazer um brilharete com poucos gastos? Não procure mais.