Publicadas em 1935, estas seis histórias sobre o desejo (mais contos longos do que “novelas”) formam um conjunto coeso, sendo a única diferença que uma tem como cenário o Algarve e as outras um país estrangeiro, e que duas terminam em tragédia. O tom habitual de Teixeira-Gomes (1860-1941) é o impressionismo cosmopolita e hedonista. Não admira que os contos sejam também notas de viagem e que as raparigas que aparecem, muito novas, provocantes ou falsas inocentes, lembrem lugares que o narrador visitou. Há uma adolescente em Amesterdão, num texto que usa a patinagem como metáfora; uma bailarina andaluza em Córdova, num ambiente “selvagem, excitante, afrodisíaco”, com conversas em castelhano (“hace lo que te da la gana” [sic]); há uma de cinco “airosas” irmãs argentinas; uma dançarina italiana de nome shakespeariano; uma wagneriana em Esmirna; e uma Júlia que não se chama Júlia mas lembra uma Júlia de outros tempos.