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Barbie, quem és tu? Como uma boneca loura ajudou a espalhar o sonho americano por todo o mundo

Depois do sucesso do filme, o Design Museum de Londres dedica-lhe uma exposição, a Mattel publica um livro e lança duas novas Barbies inclusivas. Desde os anos 50 do século XX que a Barbie acompanha os ideais de beleza ocidentais. Continua a dividir opiniões, mas aos 65 anos está aí para as curvas

É a boneca mais amada e mais odiada de todos os tempos. Alvo de arrebatamentos e polémicas várias, tornou-se num filão interminável que atravessa gerações, classes sociais, fronteiras. No verão de 2023, a Barbiemania atingiu a estratosfera da cultura pop quando Greta Gerwig lançou o seu filme e chamou o marido, o celebrado realizador Noah Baumbach, para escrever o guião a meias. Protagonizado pelos unânimes Margot Robbie e Ryan Gosling, “Barbie” arrebatou até os corações mais empedernidos no seu universo cor-de-rosa choque e algodão-doce. O filme juntou os seus muitos admiradores e alguns detratores convertidos numa certeza: é um retrato de género tão exacerbado que se torna divertido. Um pedaço de entretenimento puro, evasão e humor, que desanuvia os tempos instáveis em que vivemos. Mas este sucesso instantâneo também reacendeu o debate, tão atual, sobre o que significa, afinal, o género e as fronteiras discutíveis do estereótipo. Gerwig quis provar que a Barbie tem muito mais camadas de interesse do que a caricatura deixa vislumbrar.