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Vinhos: Porto, porque não branco?

Foi num mundo dominado pelos tintos que surgiram, a partir de 2010, os primeiros brancos com indicação de idade. Conseguiu-se assim valorizar os stocks de vinhos brancos que as empresas tinham e que, por lei, não poderiam entrar nos Tawnies com indicação de idade

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Um dos vinhos que seleciono hoje — Ramos Pinto branco 20 anos — insere-se nas Categorias Especiais do Vinho do Porto. Nesta grande ‘família’ cabem Vinhos do Porto de perfis muito diferentes mas que têm maioritariamente entre si o facto de terem nascido como vinhos de grande qualidade. Falamos de dois grandes grupos, os Tawnies e os Rubis. Os primeiros envelhecem em casco e os segundos amadurecem nas garrafas. Temos então Tawnies Colheita e com indicação de idade — 10, 20, 30, 40, 50 e 80 anos. Nesta categoria dos Tawnies temos, na base, vinhos tintos que são afinados pelo tempo, muito apaparicados ao longo da vida, com passagens a limpo e correções de aguardente. Um trabalho de paciência em que cada produtor procura conservar os vinhos nas melhores condições, para que sejam depois lotados na sala de provas. Juntam-se vinhos de várias idades e é a média (não exatamente aritmética) que dará origem a cada um dos tipos, dos 10 aos 80 anos. Por norma, cada casa faz engarrafamentos anuais, procurando que cada edição seja, tanto quanto possível, idêntica à anterior. Os Colheita (sempre datados) são engarrafados aos poucos e vão tendo edições periódicas, à medida dos pedidos do mercado.