Exclusivo

Vinhos

Vinhos: o regresso a um ícone do Douro, o sonho de qualquer produtor

Quinta do Crasto Vinha da Ponte: é um ícone do Douro e um dos tintos que melhor representa um certo estilo de vinhos portugueses. E daí rumamos ao Alentejo

Getty Images

Um dos vinhos que seleciono esta semana — Quinta do Crasto Vinha da Ponte — é um ícone do Douro e um dos tintos que melhor representa um certo estilo de vinhos portugueses. Digo “um certo estilo” porque, felizmente, o perfil dos tintos que hoje se faz no país é bem diverso: alguns, como este, apostam na concentração, no vigor, na forte mas boa presença da madeira, deixando, por isso, qualquer painel de prova à toa; depois há todo um leque de novas tendências que apontam para tintos mais abertos de cor, menos macerados ou baseados em castas com pouca intensidade corante e mais fáceis de beber, seguramente mais gastronómicos. Não há que escolher um em detrimento do outro, os dois estilos têm lugar à mesa, se a ligação com a comida for bem feita, algo que temos tendência a menorizar. Este Ponte 2019 representa a 12ª edição (em 21 anos), depois de ter “nascido” em 1998, no mesmo ano que viu nascer o outro ícone do Crasto, o Vinha Maria Teresa. Área pequena, vinha muito velha, orientação sul e muitas castas misturadas são os ingredientes do novo Ponte. No entanto, tal como um chefe se pode distinguir de outro usando os mesmos ingredientes, também este tinto se distingue de muitos outros Douros feitos igualmente com uvas de vinhas velhas e castas misturadas. Este será mais caro e tem mais procura, o que é o sonho de qualquer produtor.