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Vinhos. Moscatel de Setúbal: mais consumo, precisa-se!

Servido ligeiramente fresco, é uma bebida divina, mas pode, em alguns casos, atingir níveis de doçura de várias centenas de gramas por litro. Esse excesso de açúcar afasta alguns consumidores: cabe às empresas contrariar a tendência do gosto atual que não encaixa bem nos vinhos doces

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Um dos vinhos que selecionei esta semana é um moscatel de Setúbal da empresa Venâncio da Costa Lima, uma das mais antigas da região, remontando a 1914 a sua fundação. É atualmente gerida pela quarta geração da mesma família. A região é mundialmente conhecida pela produção deste generoso, feito a partir da variedade moscatel graúdo (ou de Alexandria), e é um dos pilares dos grandes generosos nacionais. A vinha ocupa uma área de 661 ha, a que acrescem 63 ha de moscatel roxo. Cerca de um terço da produção (com variações entre 1,7 e 1,9 milhões de litros) destina-se à produção do generoso. Com fama que recua até ao século XIV, acabou por se constituir como região demarcada em 1907, aquando da segunda leva de demarcações, 150 depois da região do vinho do Porto ter sido delimitada. Na mesma época foram também demarcadas: Dão, Colares, Carcavelos, Bucelas, Vinho Verde e Vinho da Madeira. Seguiu-se um enorme hiato e só voltaram as demarcações em 1979 (Bairrada).