O mundo não está com grande graça. Apresentadores de talk shows lendários são dispensados. Guerras que nunca mais acabam. A destruição ao vivo da Palestina. Apesar de tudo, a televisão que tem saído de Hollywood, já livre da paragem causada pela greve de guionistas, mas amarrada a uma crescente cultura conservadora e antiwoke, não tem desapontado. “White Lotus”, “The Studio”, “Severance” ou “The Bear” são prova disso. O problema da maior parte destas séries é que têm perdido a capacidade de surpreender. De serem capazes de ignorar a obrigação do cliffhanger para nos prender ao próximo episódio. De nos ligarem a personagens, quase como parentes próximos, fazendo lembrar a melhor altura da televisão de prestígio. É aí que, este ano, entram as séries de animação. Com uma força e criatividade imparáveis, é nessas obras que reside a esperança para um espectador adulto que não gosta que lhe digam para onde olhar ou o que pensar. É aí que se vive o puro estado de alienação que procuramos.
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Da crítica a Trump à pura alienação: 2025 pertence às séries de animação no streaming
Enquanto “South Park” provoca o Presidente dos EUA, “Long Story Short” e “Common Side Effects” disputam o pódio no streaming. E há muito mais para ver: animação não é brincadeira