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Televisão: porque é que "Andor" é a melhor coisa a sair do universo “Star Wars” desde “O Império Contra-Ataca”

O que motiva uma rebelião? “Andor” é uma história de espionagem no universo “Star Wars”, com ressonância histórica. O protagonista Diego Luna falou com o Expresso sobre a segunda temporada

Diego Luna não aparenta estar com sono. São 10h30 e o ator mexicano está em Londres a promover a estreia da segunda (e derradeira) temporada de “Andor” (Disney+). Para quem o vê numa janela de computador, parece fresco como uma alface. Contudo, mal a moderadora da conversa dá a palavra ao “Espresso from Portugal”, Luna solta um desabafo: “Eu é que estava a precisar de um espresso…”
“Andor” é a última peça de uma matrioska espacial. É o bolbo da cebola de “Star Wars: Episódio IV — Uma Nova Esperança”, após ter sido descascada camada a camada. O filme que espoletou décadas de mitologia Jedi estreou-se em 1977. Então intitulado apenas “A Guerra das Estrelas”, arrastava-nos para uma história que já ia a meio (com a segunda trilogia, entre 1999 e 2005, George Lucas mostrou o que vinha de trás; com a terceira, de 2015 a 2020, a Disney, que lhe comprara os direitos, começou a servir omeletas a partir da sua nova galinha dos ovos de ouro). Mas passadas tantas sequelas, prequelas e spin offs, continuava a faltar uma explicação para o início: como é que a Princesa Leia tinha na sua posse os planos da Estrela da Morte? “Rogue One”, de 2016, dava a resposta — um grupo de rebeldes assaltou uma base imperial, roubou os projetos e conseguiu passá-los à Aliança — enquanto apresentava uma personagem cinzenta como até então ainda não se vira na galáxia. Quem era o espião amoral e apolítico que liderou o assalto, o homem que matava os seus informadores se houvesse a mínima hipótese de o comprometerem, que encarava o idealismo da rebelião com desdém, mas que não hesitou em dar a sua vida para garantir um nascer do sol a que nunca assistiria? Por outras palavras, quem é a personagem interpretada por Diego Luna, Cassian Andor? A Disney contratou Tony Gilroy, credenciado na interseção da espionagem e do thriller, para contar essa história. “O Tony não é um escritor do certo e errado ou do preto e branco. Ele prefere a complexidade de personagens contraditórias”, diz Diego Luna. “É daí que sai esta série sobre pessoas reais a tentar viver a sua vida, a ter de fazer escolhas e a encontrar força para criar uma reação à opressão.”