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2024 na Cultura: os melhores do ano na televisão

Não estávamos preparados para isto: “Baby Reindeer” deixa-nos a rir para logo a seguir nos esventrar com um relato, na primeira pessoa, de sucessivos abusos sofridos por um humorista. Esta criação de Richard Gadd, que também é protagonista, ocupa o primeiro lugar de uma lista que destaca as séries “Ripley” e “Um Dia”, as mais recentes temporadas de “True Detective” e “Industry” e documentários sobre Frida Kahlo e os Beatles

Richard Gadd (à esq.) realiza e protagoniza “Baby Reindeer”, uma série que criou sobre a perseguição de que foi vítima na vida ‘real’. Jessica Gunning (à dir.) é Martha, a sua stalker

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BABY REINDEER
De Richard Gaad
Com Richard Gadd, 
Jessica Gunning e Nava Mau
Netflix

Podemos todos fazer o seguinte exercício: quando foi a última vez que fomos realmente sinceros, contámos segredos, fizemos confissões, admitimos o erro? E em cima de um palco? E para milhões de telespectadores cuja atenção é curta, tal é o manancial de conteúdo que há nas plataformas de streaming? O sermão em jeito de pergunta serve para ir ao encontro da proposta surreal que o humorista Richard Gadd nos fez, este ano, com “Baby Reindeer”: sermos capazes de chegar até ao fim de uma história que mistura abuso, assédio, violação, perseguição e stand-up comedy.