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“Succession”, ou baralhar e voltar a dar como se nada fosse: HBO Max estreia a quarta e última temporada da série

Grudante que nem lapa, blasé e ordinária, a série de Jesse Armstrong, uma das mais badaladas desta década, atira-se para uma quarta e derradeira temporada em que alguém — filho, primo, amante ou animal de estimação — sucederá, em princípio, ao magnata dos media Logan Roy, encarnado por Brian Cox. “Succession” arrancou esta segunda-feira na HBO Max com o primeiro episódio, mas o Expresso já viu quatro dos dez capítulos. Ainda assim, este artigo está livre de spoilers
Brian Cox no papel do patriarca Logan Roy
David M. Russell

Como todas as famílias que se recomendam - até porque o streaming não tem a menor pachorra para as outras – os novaiorquinos e muitíssimo ricos Roy são tarados, esquizofrénicos, odiosos, mal comidos, e só não se arrancam os olhos ali mesmo e sem anestesia porque uma sangria dessa ordem traria cosméticas horrorosas às festas de aniversário que nenhum deles quer perder.

Ora aí está a quarta temporada dos magnatas da Waystar RoyCo, o império mediático que, 39 episódios volvidos, continua a ser liderado pelo velho Logan, a criatura a que Brian Cox teima em dar vida - talvez de tanto lhe desejarem a morte. Normalmente, por falar em aniversários, é ele quem os festeja. Durante a festa, que os convidas frequentam como um lutador atirado à força para o octógono, dão-se facadas e não são poucas. Só que as facas aqui são negócios da China, transações copiosas e comandadas pelos telemóveis, coisas de milhares de milhões, que esta gente não se dá bem com misérias de poucos zeros – este exagero sempre deu a “Succession”, pelo menos para estes olhos, um ar farsolas que Jesse Armstrong soube temperar desde o primeiro instante.