“A grande diferença face a outras produções é que aqui o protagonista não é um imperador, um gladiador ou um mártir, mas um edifício. Retratar aquele que foi certamente o maior império da História da Humanidade a partir do Coliseu é notável”, considera Sergio Ramos, vice-presidente de programação da AMC Networks, na apresentação da nova série do Canal História. O formato não foge ao que é hábito no canal: voz off, depoimentos de especialistas em registo de entrevista e imagens que procuram reconstruir momentos e ambiente.
De dentro e do que resta do Coliseu, não há registos gravados pela equipa e as reconstruções nem sempre resultam. Falta-lhes realismo e a limitação acaba por nos lembrar o que seria expectável esquecermos nos 50 minutos que dura cada parte: que somos só espectadores e não fazemos parte daquele tempo, mundo e contexto. “A série assenta fundamentalmente na recriação, é um documentário ficcionado. Lembrem-se que foi gravada durante a pandemia”, justifica Ramos. “É muito difícil filmar dentro do Coliseu, incluindo porque há escavações e trabalhos arqueológicos contínuos”, acrescenta Ángeles Castellano, chefe do Departamento de Antiguidades Gregas e Romanas do Museu Arqueológico Nacional espanhol, e também presente no evento de lançamento em Madrid.