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Natália Correia, Snu Abecassis e Vera Lagoa são “3 Mulheres — Pós-Revolução”

O pós-25 de Abril é retratado numa produção televisiva centrada no percurso e na intervenção pública de Natália Correia, Vera Lagoa e Snu Abecassis. A série estreia-se esta quarta-feira na RTP1 e os episódios ficam depois disponíveis na RTP Play

Soraia Chaves dá corpo à pose enfática de Natália Correia

Com o sucesso da série “3 Mulheres”, em 2018, natural seria procurar uma sequela que continuasse a contar a história depois do fim da velha ditadura do Estado Novo. Havia todas as razões para o fazer, pois o percurso e a intervenção pública de Natália Correia, Vera Lagoa e Snu Abecassis, personagens protagonistas, foram de grande e polémica relevância nos tempos posteriores a 25 de Abril de 1974. Assim ocorre em “3 Mulheres — Pós-Revolução”, num arco que vai de 1974 a 1982.

A data final pode parecer insólita, a morte de Snu na queda do Cessna em Camarate, em dezembro de 1980, seria quase um fecho natural. Acontece que os autores não resistiram a levar a ficção até à mais célebre intervenção parlamentar de Natália Correia (eleita deputada nas listas da Aliança Democrática, em 1979): o poema ‘O Coito do Morgado’, locução repentista no debate sobre o primeiro projeto de lei para despenalizar o aborto, em resposta a uma frase do deputado João Morgado, do CDS (“o ato sexual é para fazer filhos”). O poema não será grande literatura, mas, como gesto de escárnio, subiu ao Olimpo. É com esse evento que se queda a narrativa da série.