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Livros: Em “Lobos”, Tânia Ganho não tem medo de olhar para o fundo negro do nosso tempo

No seu novo romance, Tânia Ganho aproxima-nos de alguns abismos da experiência humana (abuso sexual, guerra, Alzheimer) no contexto de incerteza da recente pandemia de covid-19

No romance de Tânia Ganho, as personagens convergem para um santuário de preservação de lobos, inspirado no Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, em Mafra
Ana Baião

Mais do que uma simples epígrafe, a frase de Arturo Pérez-Reverte que Tânia Ganho escolheu para abrir o seu novo romance — sete palavras retiradas do romance “O Pintor de Batalhas” — funciona como uma sinopse: “Há lugares de onde nunca se regressa.” Todas as personagens de “Lobos” ficaram retidas algures, em sítios ou situações que se tornaram de alguma maneira insustentáveis, e o livro acompanha as suas tentativas de fuga a abismos que assumem várias formas e profundidades.