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Livros: Céline e a tropa-fandanga de “Castelos Perigosos”

Publicado em 1957, “Castelos Perigosos” tem como narrador o próprio Céline, que a caminho do exílio na Dinamarca passou uma temporada em Sigmaringen, onde se entrincheirara o estado-maior de Vichy e demais colaboracionistas

Um dos méritos do livro é que Sigmaringen se constitui como lugar-personagem. O castelo pertencente aos Hohenzollerns tornou-se, no fim da II Guerra Mundial, num enclave de exilados colaboracionistas e pró-nazis da França de Vichy
Picture alliance/Getty Images

“Viagem ao Fim da Noite” (1932) e “Morte a Crédito” (1936) seriam suficientes para fazer de Louis-Ferdinand Céline um dos maiores romancistas modernos. Depois, como se sabe, vieram os panfletos, virulentos, delirantes, e um deles, “Bagatelles pour un massacre” (1937), repugnante no seu anti-semitismo. Entretanto, a França é invadida, ocupada, libertada, Céline foge, e a obra futura, recebida com ainda maior suspeita e hostilidade, será essencialmente sobre essa debacle. É o caso de “Castelos Perigosos” (1957), primeiro volume de uma poderosíssima trilogia.