Memórias de realizadores, por acaso ou não, têm fornecido algumas das autobiografias mais interessantes das últimas décadas. Até faz sentido, considerando que o que está sempre em causa são histórias, e que a aptidão para compor cenas, exteriores e interiores, é uma parte essencial das narrativas. Autor de outras obras literárias já publicadas no nosso país (“Caminhar no Gelo”, “A Conquista do Inútil”, “O Crepúsculo do Mundo”), Werner Herzog é um dos grandes individualistas do cinema contemporâneo.