Professor em universidades inglesas e americanas, Andrew Roberts é autor de uma reputada biografia de Churchill e de outras obras sobre estadistas britânicos e história militar. Em “Napoleão, o Grande”, publicado originalmente em 2014, ele escreve sobre uma figura pela qual tem visível admiração. Admira-o como personalidade, como inteligência, como estadista, e como criador de estruturas administrativas e jurídicas que perduram até hoje e fizeram uma boa parte do que são as sociedades modernas. Acima de tudo, admira-o como chefe militar. Exaustivo mas fluido, o livro dedica bastante espaço e atenção aos pormenores das campanhas napoleónicas, explicando as táticas que esse francês de origem corsa (i.e. italiana) inventou ou refinou, e os efeitos que obteve. A descrição relativamente detalhada de batalhas, com referências a meios e movimentos e até à topografia dos respetivos locais, que o autor visitou e observou, são verdadeiramente o núcleo deste livro, embora não se possa dizer que ele não funcione enquanto biografia de um homem. Os aspetos pessoais ou mesmo íntimos de Napoleão encontram-se presentes, por vezes de forma algo sumária; a corte que ele fez a Joséphine e a resistência dela é apenas um exemplo. Não é aí, claramente, que o autor se concentra, como aliás o próprio Napoleão não o fazia.
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Livros: O complexo Napoleão numa biografia de se lhe tirar o chapéu
Jovem ambicioso dos subúrbios do império transcende o que poderia ter sido um destino banal. Napoleão e a arte de falar aos homens, numa completíssima biografia de Andrew Roberts