Logo na primeira frase do livro, a noite cai sobre Dublin e essa escuridão, que pousa sobre todas as coisas e “abraça em silêncio as cerejeiras” do jardim da família Stack, nunca mais desaparece. À superfície, tudo parece normal. É só o término de mais um dia, como tantos outros. Algures, porém, o “verme” do fascismo já começou a mostrar o seu rosto, a espalhar o seu negrume, essa “coisa sem forma mas que se sente”, uma espécie de “zona de sombra a tentar dilatar-se”, um tempo de trevas que rapidamente esmagará o país e a vida de muitos dos seus habitantes.
Exclusivo
Livros: Paul Lynch viaja ao coração das trevas numa Irlanda em guerra e em ruínas
O romance com que Paul Lynch venceu o Booker Prize 2023 passa-se numa Irlanda esmagada por um regime fascista que a lança no abismo