Há muitas formas de falar da atualidade sem falar da atualidade. Até certo ponto, todas as obras de ficção — e algumas de História também, mas isso é outro assunto — são sobre o tempo presente, uma vez que a perspetiva de um autor, por definição, é a do seu tempo, e a narrativa que ele (re)constrói reflete-a, quando não é simplesmente dela que a extrai. Quando uma ficcionista britânica conhecida por romances que exploram a psicologia complexa das realidades multiétnicas contemporâneas escreve um romance sobre eventos reais do século XIX, podemos especular que o mundo atual e uma crítica ao mesmo se encontram lá representados sob uma forma qualquer.
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Livros: “A Fraude”, o caso do usurpador que intrigou Zadie Smith
A autora britânica estreia-se no romance histórico com “A Fraude”, narrando uma história de apropriação da identidade que remonta ao século XIX