No final de 2021 o Partido Comunista Chinês tinha 96,7 milhões de filiados: é muita gente, mas não chega a 7% da população do país. “Nada na China é em pequena escala”, avisa a sinóloga Linda Jaivin. Entre os seus mais de 1400 milhões de habitantes há “gente que se dedica à agricultura da subsistência e multimilionários internacionais, monges budistas e proprietários de estabelecimentos de diversão noturna, feministas militantes e patriarcas severos, artistas de vanguarda e engenheiros aeroespaciais, pastores de iaques e produtores de cinema de animação, ativistas pró-democracia e comunistas leais. (…) Podem ser entusiastas da Ópera de Pequim, de ópera ocidental, música punk, vocal, canto pop, xadrez, jogos de vídeo, telenovelas coreanas, caligrafia, fotografia, dança de salão, dança do leque, e todas essas coisas ou de nenhuma”. É esta visão que domina “A Mais Breve História da China”.
Australiana, formada numa universidade norte-americana, Linda Jaivin viveu em Pequim, Taiwan e Hong Kong. Nesta pequena obra, publicada o ano passado, revela-nos uma surpreendente diversidade humana e intelectual. Diante dos olhos dos leitores desfilam as histórias e os personagens que ao longo de mais de três milénios moldaram a China: imperadores, generais, filósofos, poetas, historiadores ou cientistas. Houve muitas guerras e rebeliões, grandes tragédias e grandes esperanças, períodos de esplendor e de “humilhação nacional”.