Existem “road movies”, mas em “O Último Azul” Gabriel Mascaro quis outra coisa: propôs-se inventar um “boat movie”, ou melhor, um “river movie”. É por este rio, o Amazonas, acima que grande parte da intriga se passa. Trata-se do filme da consagração de Gabriel Mascaro, cineasta que veio das artes visuais e cuja obra já foi exposta em museus como o MoMa, o Guggenheim ou Serralves. Venceu em fevereiro o segundo prémio mais importante do Festival de Berlim, o Urso de Prata e, a par do Grande Prémio, viu “O Último Azul” ser contemplado com o prémio do Júri Ecuménico e dos leitores do jornal “Berliner Morgenpost”, tendo ficado à frente de algumas poules de críticos internacionais.
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“No cinema, o corpo idoso não é autorizado a descobrir-se. Por envelhecer, é dissidente”
Premiado em Berlim com o Urso de Prata, “O Último Azul”, de Gabriel Mascaro, é uma alegoria num Brasil distópico e convida à insurreição. Ao Expresso, o cineasta revela como criou uma “fábula do absurdo” com “um sabor quase cómico”