Posso afirmar que o meu primeiro encontro com esta exposição passou-se no equinócio da primavera de 1979 na Galeria Diferença, quando Carlos Nogueira (n. 1947) apresentou a exposição/intervenção “Os Dias Cinzentos/ Lápis de Pintar Dias Cinzentos” com desenhos na parede e no chão, bem como vestígios de anteriores intervenções, com slides iluminando o público entre esses vestígios, onde o provável lixo dos restos de exposições era exaltado, tudo partindo da simples ideia da oferta de um lápis de cor ao público para pintar com todas as cores a cinzentura do quotidiano. Guardo desde esse dia o meu lápis e, 45 anos depois, reencontro muitos dos seus semelhantes na primeira sala desta exposição, juntamente com outros trabalhos onde o cinzento é transformado.
Exclusivo
Exposições: A arte como dom em “Lápis de Pintar Dias Cinzentos”, no MAAT
“Lápis de Pintar Dias Cinzentos” é um delta: o rio inicial, Carlos Nogueira, dá para três braços — Maria José Oliveira, Tomás Colaço e Luísa Correia Pereira — para depois se abrir em caminhos individuais