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Brasil em estado de graça, a III Guerra Mundial e um Irão eternamente adiado: o que levamos de Cannes para as salas de cinema portuguesas

Boas novas do maior festival de cinema do mundo: o iraniano Jafar Panahi ditou a lei, do Brasil chegou um novo fenómeno da dimensão de “Ainda Estou Aqui”, e Portugal brilhou com “O Riso e a Faca”

O realizador iraniano Jafar Panahi exibe a Palma de Ouro
Stephane Cardinale/Corbis via Getty Images

O maior festival do mundo mostrou, este ano, porque é o maior festival, com uma seleção do cinema que aponta pistas e reflexões sobre o lugar da linguagem cinematográfica no mundo. Uma mistura de filmes que variam no tom e no modo, nessa diversidade que contém todos os géneros, todas as possibilidades. 2025 trouxe uma boa colheita, composta por obras que nos tiram o fôlego e nos fazem acreditar cada vez mais que o cinema não está moribundo, constituindo antes um lugar de resistência e liberdade visceral perante a falta de humanismo dos nossos dias. Mesmo com um mercado em crise — as recentes notícias de supostas tarifas da Administração Trump a produções feitas fora dos EUA não ajudaram —, a seleção de Cannes será um bom espelho daquilo que é vital ver nos próximos tempos, não importando que, pelo meio desta colheita, também tenham surgido desilusões.